A Troika À Portuguesa teve acesso a todos os pormenores
sobre as buscas às casas de Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos.
A Unidade anti-corrupção
começou pela casa de Paulo Campos que segundo apuramos estava no banho quando a
polícia chegou. Demorou um pouco a abrir a porta e atendeu os inspetores com a
máxima simpatia ainda de roupão. Depois de se inteirar o assunto Paulo Campos
disse "não tenho documentos nenhuns, sou muito desorganizado. Lembro-me de
falarmos sobre isso e pensarmos se a polícia algum dia nos abordasse seria
melhor o dossier estar todo no mesmo local para facilitar". Sem perder
tempo seguiram para a casa de Paulo Mendonça, que por volta das 11h da manhã ainda
se encontrava a dormir. "Toninho" gritava Campos "acorda".
António Mendonça, estremunhado, abriu a porta só de tanga. Ao ver a polícia
disse "boas, é por causa dos documentos que me comprometem"
questionou. Depois da anuência dos inspetores, António Mendonça virou-se para
Paulo Campos e atirou "bem te disse que era melhor o Lino ficar com tudo;
se assim não fosse andávamos agora à procura dos papeis". Atalhando
caminho; meteram-se no carro e aceleraram em direção à casa de Mário lino.
Atendeu a empregada; Mário Lino estava na piscina com vista para o comboio que passa
por baixo da Ponte 25 de Abril. António Mendonça deitou-se automaticamente na espreguiçadeira,
e Paulo Campos, já vinha preparado, tirou a roupa e mergulhou na piscina. Mário
lino cumprimentou os inspetores, com os olhos a brilhar "esta vista vale
um euromilhões". Os inspetores foram direito ao assunto. "Sr. Lino, procuramos
os documentos referentes à contratualização, renegociação e gestão de todas as
PPP do sector rodoviário e ferroviário". Mário Lino "Sim, sim, já
estava à espera dos senhores. Aguardem somente 2 minutinhos que esse dossier
está religiosamente guardado na mesinha de cabeceira com todos os documentos que
me podem levar a mim, ao Toninho e ao Paulinho para a cadeia. Foi já a pensar
em facilitar-vos o trabalho que fui eu que organizei tudo e tomei a responsabilidade
de os manter intocáveis. Vejam lá a minha honestidade que já lá vão 2 anos e
ainda os tenho religiosamente no mesmo local. Se fosse desonesto tinha-os destruído.
Entretanto Paulo Campos e António Mendonça já tinham três pás na
mão. Os inspetores perguntaram para quê as pás, ao que responderam em coro
" é para aproveitar a terra que está ali no quintal para enviar pás de terra
para os olhos do pessoal...". Começaram todos a rir, era hora de almoço e
o tempo estava ótimo. Diziam eles "até o barulho do comboio parece música
não acham"...
A campainha tocou. Era Cândida Almeida que tinha ido comprar as
salsichas para grelhar...
Estes rapazes são muito organizados e tudo só para a policia a não perder tempo. Toda a gente sabe que as papeladas tão sempre nas residências próprias.
Silverino,
Ora nem mais. Querem "cegar" o pessoal...
Obrigado pela visita. Volte sempre!